Wednesday, March 11, 2009

Sobre controle e descontrole

O que dizer quando se está no controle de si?

As possibilidades se limitam a quase nenhuma, a sociabilidade e a euforia evaporam com o suor, a vida perde tantas cores... mas o controle volta. É o preço da sobriedade, uma troca justa. A realidade por alguns instantes de alegria e otimismo puramente ilusórios. A questão principal é qual escolha deve ser feita - residiria o verdadeiro auto-controle na mente saudável e equilibrada ou na intoxicação, na inebriante felicidade de simplesmente "ser", sem medos? O que é prejudicial para o corpo, nesse caso, pode ser a cura definitiva para aquilo que alguns consideram doença: a sanidade. Que distúrbio é esse que nos faz escrever de mãos firmes e com o coração trêmulo? Fugimos da infame realidade porque ela nos reprime mais do que qualquer coisa. Queremos ser as estrelas de nosso próprio espetáculo, algo que, ilusoriamente ou não, conseguimos fugindo ou desviando da realidade em si. Há quem prefere não se lembrar dela também, se embriagando com trabalho excessivo ou sorrisos sustentados pela culpa de não encontrar a verdadeira felicidade. Tudo parece, na verdade, fugir ao nosso controle, nesses momentos sóbrios e tediosos.

O que fazer quando se está no controle de si?

"I may know the word, but not say it."



Setembro, Outubro/2008
(texto) Intocado. Influências de ingestão recente e abusiva de inibidores da recaptação de serotonina.
Você nunca sabe o que vai pensar de si seis meses depois.



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